25 de fev. de 2013

Corolla vs Fluence, sexta marcha

Novidade no mercado, sedãs dão força à tendência de câmbios manuais com seis marchasCãmbio do Corolla tem seis marchas




Sabe aquela história de estar diante de duas peças de roupa que você gostou, sendo uma de uma marca mais famosa que a outra? O valor entre as duas, por mais que elas sejam semelhantes, varia bastante. Qual motivo te leva a comprar a mais cara? Confiabilidade? E a mais barata? Melhor custo-benefício?
Guardadas as devidas proporções, esse tipo de dúvida também existe no segmento automotivo. Dois modelos do mesmo segmento, motorização semelhante, design atraente, além de conforto e espaço... Na hora de assinar o cheque, no entanto, percebe-se a principal diferença: quase R$ 10 mil a mais.

Esta foi a conclusão que o iCarros chegou neste comparativo. Toyota Corolla GLi, por R$ 67.070, com o novo motor 1.8 e câmbio manual de seis marchas, contra o Renault Fluence 2.0, por R$ 59.990, com o mesmo tipo de transmissão. Enquanto em um o comprador investe principalmente na valorização do momento da revenda, o outro poupa o bolso do cliente com melhor custo-benefício. No final, o que vale mais a pena? Vamos aos sedãs.

Renault Fluence
Versão: Dynamique
Preço: R$ 59.990
Motor: 2.0 16v Hi-Flex
Potência: 140-143 cv a 6.000 rpm
Torque: 19,9-20,3 mkgf a 3.750 rpm
Câmbio: manual de seis marchas
Porta-malas: 530 litros
Principais itens de série: seis airbags, freios ABS, direção elétrica, trio elétrico, ar-condicionado de duas zonas digital, rodas de liga leve de 16”, faróis de neblina, retrovisor externo com seta de mudança de direção, sensor de chuva e de faróis e botão/cartão para acionar/desligar o motor
Opcionais: bancos de couro e teto solar elétrico

A Renault mostrou o Fluence pela primeira vez no Brasil durante o Salão do Automóvel, em outubro passado. O sedã chegou para substituir o Mégane e fazer jus à marca no segmento de sedãs. Por enquanto, o melhor mês de vendas do modelo neste ano chegou apenas em 500 unidades, perto de 10 vezes menos que o campeão de vendas Corolla. Predicados para mudar este número, o sedã tem. Falta, no entanto, um grande empurrão da Renault para mostrar seu produto.

Apesar de ter uma aparência bem diferente do seu antecessor, o Fluence manteve as características básicas que faziam do Mégane um bom exemplar em seu segmento: design atraente, espaço, conforto e motorização satisfatória. O Fluence tem motor de 2,0 litros flex e câmbio manual de seis velocidades, assim como chave para dar a partida, equipamento que estreou no Mégane.

Entre os fatores de compra contra o líder de vendas Corolla, o Fluence sai na frente pelo espaço oferecido, já que cinco adultos são mais bem acomodados no sedã de origem francesa, que conta com 10 cm a mais no entre-eixos (2,70 metros), e pela lista de equipamentos de série, com destaque para os seis airbags (ficaram devendo, no entanto, os comandos do rádio na direção). No porta-malas, há espaço para carregar 530 litros. Se o compartimento for lotado, no entanto, não se esqueça de que as alças da porta também ocupam seu devido espaço lá dentro.

O motor de 2,0 litros embala facilmente após os 3.500 rpm. Se for necessário, o motorista pode usar a sexta marcha na estrada para manter um desempenho linear, gastando menos combustível. O engate para trocas de marcha é bem macio e a estabilidade do carro agrada para quem costuma pegar trechos rodoviários com frequência. Apesar de a direção elétrica ser progressiva, ou seja, enrijecer com o ganho de velocidade, o sistema ainda fica leve demais em velocidades mais altas. 

Toyota Corolla
Versão: GLi
Preço: R$ 67.070
Motor: 1.8 DUAL VVT-i 16v
Potência: 139-144 cv a 6.000 rpm
Torque: 18-18,6 mkgf entre 4.400 e 4.800 rom
Câmbio: manual de seis marchas
Porta-malas: 470 litros
Principais itens de série: airbag duplo, freios ABS, direção elétrica, trio elétrico, ar-condicionado digital e rodas de liga leve de 16”
Opcionais: não há

Depois de ver as vendas minguarem com o lançamento da nova geração do Honda Civic, em 2006, o Corolla deu a volta por cima dois anos depois com a chegada da 10ª geração e hoje figura na primeira colocação no segmento de sedãs médios. Para manter o posto, a Toyota incorporou um novo motor 1.8 e uma transmissão manual de seis marchas à linha. As mudanças mecânicas fizeram do sedã, um tanto quanto pacato, um foguetinho na cidade.

Com as mudanças na taxa de compressão, além de bloco, cárter e cabeçote feitos de alumínio, o novo motor surpreende no desempenho em baixas rotações, com muito ânimo nas arrancadas e retomadas de velocidade. A melhora no desempenho, no entanto, veio acompanhada de um ruído do motor na cabine, ou da possível falta de isolamento acústico da área.

A sexta marcha, incorporada nas versões com transmissão manual, permite, assim, como no Fluence, uma viagem mais tranquila (sem aquela sensação de motor esganado), além de o marcador de combustível demorar mais a descer. Também disponível com direção elétrica, o equipamento da Toyota demonstra mais firmeza que o rival.

O Corolla 2012 também trouxe uma leve atualização na aparência externa, notadas na parte da frente pelo conjunto óptico e grade e na traseira em função das lanternas. O interior continua o mesmo, assim como a capacidade do porta-malas, de 470 litros.

Veredicto de Anelisa Lopes – há alguns anos, o resultado final deste comparativo seria vitória certa da Toyota em cima da Renault. O Fluence, no entanto, é uma clara demonstração de que a tecnologia e mecânica da marca francesa já estão à disposição do consumidor brasileiro. E em um pacote muito mais atraente financeiramente.

O Corolla ainda vai se manter durante muito tempo na lista dos sedãs mais vendidos do Brasil e do mundo. No mercado nacional, no entanto, já é hora de a marca japonesa fazer as contas e colocar no papel se o valor final de revenda é justificado pelo alto preço dos seus modelos. Ou seja, nesta disputa, o Fluence é a decisão que oferece mais por menos.

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